Dentro do desenvolvimento do nosso trabalho, lidamos com um tema extremamente complexo, que é a questão da Interdisciplinaridade. Além de ser algo inovador no Brasil, pela forma como foi apresentado e qual será a reação do mercado de trabalho perante essa novidade, fica muito difícil adotar um parâmetro inicial para uma busca um pouco mais direcionada. Por isso, o ideal é desconstruir. Afinal, dentro de todo esse “mix” de sensações, estamos vivendo dentro desse liquidificador: a interdisciplinaridade.
Inicialmente, a grande maioria dos alunos são oriundos do ensino tradicionalista, que “departamentaliza” as áreas do conhecimento, não estabelecendo sequer as relações entre si. Apenas aceitam as idiossincrasias como propostas aceitáveis.
De repente, depois de toda essa prisão na qual vivemos, entra-se em uma universidade diferente de tudo e de todas que já foram vistas. Uma universidade que preza pelo desprezo às estruturas rígidas dos meios acadêmicos tradicionalistas e, de uma certa forma, nos tem como “cobaias”, uma coisa meio behaviorista. Mas é um experimentalismo com muita responsabilidade. Ao menos é o que se verifica por mim.
O que é a desconstrução? É a desmontagem de todos os conceitos que temos formados. Como diria Lavoisier, “Na natureza, nada se perde, nada se cria. Tudo se transforma”, ou seja, as formações culturais e intelectuais humanas devem sofrer uma reinterpretação como elemento fundante de um novo conhecimento.
E como isso se relaciona com o assunto do Blog? Em primeiro lugar, nós, enquanto entes experimentados deste processo de criação de um modelo de interdisciplinaridade, estamos nos transformando. De alunos que se colocavam em filas indianas e que apenas absorviam os conhecimentos como verdade absoluta do que é realmente ciência, arte e cultura, começamos a germinar, mesmo que de forma tímida, pensamentos diferentes que se transformaram e que, muitas vezes, nos geram a confusão.
Mas, até que ponto, essa confusão é boa para adolescentes ou já para adultos que tiveram experiências tradicionalistas durante a sua vida? Pois, quando se começa a contrapor tudo no que se acreditava, causa, imediatamente, um baque. O outro problema é dar o passo seguinte: como aplicar isso não somente ao meu meio universitário, mas, também, desconstruir tudo o que está ao meu redor? Afinal, muitas pessoas do noturno, por exemplo, trabalham em companhias e órgãos públicos que exigem uma linha de raciocínio muitas vezes linear, enquanto estamos vendo, dentro da universidade, algo “helicoidal-parabolóide-hiperbólico-em-enésima-dimensão” (se é que isso existe).
Mas é esse exatamente o ponto que Derrida e os pós-modernos querem atingir: para que exista a desconstrução, as idéias devem estar em conflito. Claro que isso gera desmoronamentos e até uma certa descrença na ciência como nos é colocada hoje. Mas, para que esse mundo interdisciplinar possa se manifestar dentro da nossa universidade, os entes que devem gerar esses debates e conflitos são os próprios alunos, professores e funcionários, que são parte importante de todo esse universo de conhecimento.
O principal foco do nosso blog foi a de tentar verificar-se qual era a impressão de alunos que ingressaram neste ano, os que vão se formar e os que virão dentro de alguns anos. De que forma esses anseios e receios vão mudando no decorrer do processo que, aparentemente, é linear? Essas pessoas se tornam lineares? Até que ponto pessoas lineares conseguem se adequar a uma universidade que propõe desestruturar o estruturalismo? Isso é bom? Do que isso se alimenta? Como podemos alimentar essas discussões e debates dentro do meio acadêmico em que vivemos? Por isso, criamos questionários para os alunos do Ensino Médio, para os alunos que aqui estão fazendo a universidade e o projeto é para que entrevistássemos, também, os formandos e, no futuro, buscássemos também a opinião de pessoas que já estão inseridas no mercado de trabalho sobre a interdisciplinaridade.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
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