sábado, 5 de junho de 2010

Análise da Matéria: Opção pela Mudança (Revista do Ensino Superior – Edição 100 – 31/01/2007)

A matéria apresenta a discussão nas federais do projeto Universidade Nova. Projeto que poderia mudar completamente o perfil curricular do ensino superior brasileiro.

Com base no modelo americano de colleges e europeu do processo de Bolonha, o projeto cria uma pré-graduação antes da formação profissional denominada Bacharelado Interdisciplinar. Seu currículo é moldado da seguinte forma:

- Formação Geral Obrigatória
- Formação Diferencial (Optativas)
- Formação Profissional

Cursos-tronco paralelos (Ex: língua e cultura brasileira)

A titulação final oferecida ao final de três anos será por área: Humanidades / Artes / Ciências ou Tecnologias etc.

Caracterizado como solução para o fim do vestibular, que será trocado pela seleção via enem, permitirá um processo de seleção interna durante o Bacharelado Interdisciplinar para os alunos continuarem estudando. A evasão por falta de identificação com o curso seria reduzida e a troca de cursos facilitada graças a grade curricular mais aberta. O aumento no número de cursos profissionais e de pós-graduação seria possível com o aumento na proporção aluno-docente. Além de o modelo ser amplamente difundido na Europa e nos EUA.

Diante do exposto, surgem algumas perguntas:

1 – Seria o bacharelado interdisciplinar, uma tentativa de resolver de uma forma mais fácil e barata os problemas do ensino superior brasileiro?
2 – De que forma foi construído esse modelo nos EUA e na Europa?
3 – Quais as reais razões para adotá-lo e o que pode sustentá-las como argumento para solução dos problemas da educação superior brasileira?

Tenho certeza que não encontraremos as respostas para essas perguntas de modo fácil, mas com certeza a busca pode nos ajudar a encontrar as fontes para o nosso trabalho.

Um comentário:

Sandino Patriota disse...

Tentando responder um pouco aos questionamentos que a Tatyane levanta, é possível refletir o seguinte:

De fato, o bacharelado interdisciplinar (BI) apresenta-se como uma forma mais barata de resolver o problema do acesso e, principalmente, da conclusão dos cursos no ensino superior. É sabido que menos de 15% da juventude brasileira acessa o ensino superior, e que a evasão escolar é muito grande também.

Dessa maneira, o BI carrega um grande perigo que é o do aumento da oferta não ser acompanhado do necessário aumento do investimento em educação e, portanto, do acompanhamento da qualidade. Essa apreensão fica ainda maior quando sabemos de notícias de corte no orçamento da educação nos últimos dias ( http://migre.me/LeSh ).

Penso que, se o BI não for devidamente acompanhado pela sociedade e não sofrer fortes investimentos, essa modalidade de ensino corre o risco de se tornar a Série B do ensino superior brasileiro, em uma anologia com os campeonatos de futebol.

É interessante quando a Tatyane faz compara os sistemas de EUA e União Européia (UE).

Nos EUA, temos um sistema, ao meu ver, que jamais deve ser copiado, pois lá a quase totalidade das instituições do ensino superior são privadas.

Na UE, o processo da reforma de Bolonha vem sendo fortemente contestado pelos movimentos sociais, pois aumenta o poder de entes privados dentro das universidades públicas e promove a estandardização do ensino entre diferentes culturas, entre outras coisas. ( http://bolognaburnsmadrid.wordpress.com/ ) ( http://migre.me/Mcui )

Já sobre as reais razões para implantá-lo no Brasil, penso que ainda estamos por se descobrir mas, sem dúvida, as pistas podem ser encontradas tanto nos EUA quanto na União Europeia.