terça-feira, 29 de junho de 2010

Justificativa do Tema

Nos últimos tempos, tem-se percebido uma tendência de que as universidades inclinem-se a uma interdisciplinariedade, pois muito se observa quanto à necessidade do diálogo mais íntimo entre as idiossincrasias de cada área da ciência, das artes, da filosofia e de outras tantas ramificações do conhecimento.
Hoje em dia, tem-se uma acessibilidade muito maior às culturas de cada região, povo, microrregião, tribo, maior possibilidade de verificação de progresso tecnológico, grande visibilidade e publicidade de acontecimentos sócio-econômicos e a relação entre todos esses fatores determina cada vez mais a necessidade do “link” entre as áreas. Mas não somente isso, talvez seja cada vez mais necessário, de fato, mesclar tudo isso para se entender, ao menos superficialmente (já que é muito difícil definir algo hoje em dia) o que é interdisciplinariedade.
Observa-se os cursos da UFABC como pioneiros neste tipo de interrelação entre as idiossincrasias, mas pouco se sabe quanto ao impacto deste profissional no mercado de trabalho. Pode-se verificar em uma empresa, que possui profissionais graduados e pós-graduados (tanto strictu senso como latu senso) com o método tradicional e que, geralmente, não conseguiria imaginar um curso de Engenharia com disciplinas de humanas compondo a sua grade e vice-versa. Muitos profissionais, com os quais mantemos contato, simplesmente desconhecem que posição um profissional deste poderia ter em uma empresa que, apesar desta interdisciplinariedade envolvendo os vários conhecimentos de uma área, ainda possui empresas departamentalizadas, ou seja, divididas por setores e, em muitas vezes, sem um diálogo diretamente pré-estabelecido entre os diversos fragmentos de uma empresa, que, por uma questão da própria formação do quadro de funcionários e pelos métodos eficientes de administração, onde há uma descentralização dos serviços, desconhecem de que forma isso venha a acontecer.
Esse tipo de problema aflige, também, o estudante que adentra à universidade com uma visão do meio tradicional catedrático e imponente do centro da sapiência, onde como foi dito anteriormente, verifica-se a formação dos “futuros chefes”, que foram obrigados, a partir do momento em que entraram no mercado de trabalho, a especializarem-se cada vez mais. Quando se adentra em uma universidade que vem quebrar todos esses paradigmas existentes por uma questão de adequação à nova realidade que se configura daqui para frente, cria-se um certo receio, o que é naturalmente compreensível tratando-se do contexto social em que atualmente vivemos.
Como explanar as nossas capacidades para uma empresa que possui uma visão tradicional de mercado? De que forma essas empresas se adaptarão ao que se configura como interdisciplinaridade? São dúvidas que surgem cada vez mais no cotidiano dos estudantes, pois nem eles próprios saberiam explicar isso a si mesmos, quanto mais a um grupo de empresários.
Vale lembrar que aqui não se trata de concordar ou discordar da interdisciplinaridade, já que ela é, de fato, como foi supracitado, uma parte importante da atuação dos profissionais, daqui para frente. Sabe-se que aqueles que não possuem esse tipo de “conceito” dentro da sua formação, deverão se adaptar para continuarem fazendo parte do mercado no futuro. Algumas empresas já estão se adaptando à “nova ordem mercadológica”, que envolve a mescla de idiossincrasias. Lembramos que faz-se uma análise do Brasil, que possui uma quantidade grande de multinacionais e transnacionais, operando de forma cada vez mais significativa, no contexto econômico-social-cultural do país, pois temos uma vantagem muito grande perante os outros países, que é a questão da multiculturalidade. Como temos uma cultura extremamente diversificada, torna-se mais fácil a adaptação de uma grande variedade de mercados, línguas, culturas, tornando esse intercâmbio entre as áreas algo até que natural.
Mas a questão da interdisciplinaridade ainda é uma matéria que gera polêmica e ainda está distante da maioria do mercado. Portanto, faz-se necessária a discussão dos medos que isso gera no estudante que ingressa na UFABC, pois verifica-se que a grande maioria é oriunda do esquema tradicionalista de ensino. A abordagem das diversas áreas de conhecimento, na tentaviva de relacionar essas idiossincrasias das humanidades e artes, biológicas e exatas, é algo desafiador.

Um comentário:

Rogerio dos Santos Munhoz disse...

Ah, e seguindo a linha do Kaled, ouvindo Hush - Deep Purple e encheção de saco do meu chefe ao fundo...rsrs